sábado, 23 de janeiro de 2010

Liah - Novo CD "Livre"




Nascida no interior do Pará, Liah veio para o mundo com um talento nato. Ainda nem sabia andar e já se deitava no colo do pai para ouvir os seus discos, uma eclética salada musical que ia de Luiz Gonzaga a Cartola. Do colo do pai para o coro da igreja foi um pulo e aos três anos de idade Liah soltava sua voz na paróquia da pequena cidade de Tucuruí, mais conhecida por abrigar a maior hidrelétrica da região Norte. Aos onze, o próprio pai se rendeu e deu um violão para Liah no natal. Com ele, surgiu a compositora e aos doze anos uma dessas canções ficou entre as 24 melhores músicas de um expressivo festival de Música Popular Brasileira no Pará. Detalhe: mais de 3000 músicas foram inscritas. Foi sua primeira experiência de palco para um grande público. Quando acabou de cantar e ela ouviu o último aplauso, Liah teve certeza que nascera para aquilo. Mas onde morava seria complicado; cidade pequena, longe de tudo, poucos espaços. E então, em 1994, ela seguiu para a casa dos tios em Santa Catarina. No Sul, estudou dança, violão clássico, tocou em bandas, bateu ponto em vários barzinhos e participou de mais festivais de musica. “Foi uma época muito importante pra minha formação. Tive contato e conheci vários estilos musicais, não só a obra de grandes compositores e intérpretes brasileiros como também artistas internacionais que passei a admirar”, ela conta.

Em 2000 foi pra São Paulo em busca do seu sonho. Chegando lá seu interesse pela sétima arte despertou e participou de um musical depois de um breve curso na oficina dos menestréis. Paralelamente a isso Liah se apresentava em casas noturnas e bares.

Em 2002, Liah já era uma compositora renomada por ter algumas de suas musicas gravadas por grandes artistas brasileiros. Em 2003, veio o primeiro contrato com a gravadora (EMI) que rendeu seu primeiro disco, lançado no ano seguinte, garotas choram demais e poesia e paixão entraram pra lista das mais tocadas naquele ano . Em 2005, “Perdas e Ganhos”, seu segundo álbum foi para as prateleiras, com a produção assinada por Marcelo Sussekind, teve “tarde demais” na trilha de malhação, alem do convite do cantor italiano “Tizziano Ferro” para que Liah gravasse um dueto em sua musica “tarde negra”.

Atualmente gravando seu terceiro álbum, Liah, musicista e compositora, esta alçando novos vôos ao assinar pela primeira vez a produção do seu disco, juntamente com seus parceiros Dan Sebastian e Cesar Santos. “ Estou amadurecendo e pela primeira vez acho que consegui expressar da maneira mais livre possivel minhas influencias musicais que passeiam pelo pop, folk, rock e musica brasileira. Ja morei em tantos lugares, sinceramente não sei se é minha vida que impulsiona a minha música ou vice-versa”. Pois para os que ouvem sua voz inconfundível Liah, dá na mesma.

Alexandre Horta - Jornalista.


Luka - Novo CD "O Próximo trem"




Eu e os meus porquês..

Eu e essa mania irritante de querer explicar todo e qualquer sentimento, toda e qualquer atitude, todo e qualquer diálogo. Vivo presa em mim. Nos meus anseios, nas minhas limitações, sem enxergar um palmo `a frente, sem olhar pro lado e ver a realidade alheia, ou até mesmo sem olhar pra trás e colher os frutos de tudo o que eu já realizei. Pode ser pouco pra muitos, mas pra mim, seguramente, é muito.

A minha obra, o meu cansaço, a minha dedicação, tudo isso vira pó diante dos meus olhos críticos e monstruosos que me engolem com um julgamento descabido e completamente desnecessário!..
Será que toda a mulher é assim?! Será que esses meus olhos ferronhos de auto-crítica são molas propulsoras que não me deixam acomodar ou será que eles me afogam no meu próprio lodo?!

Eu sou assim. Me questiono full time. Insuportável. Nem eu me aguento e talvez por isso eu precise compor.. pra aliviar e dividir com os outros as minhas milhões de questões efervescentes que brotam de uma fonte de baixíssima auto-estima.

Outro dia, uma amiga de uma amiga comentou que queria ser “que nem a Luka”... por que ela não tem problemas, é linda, rica, casada, mãe, canta bem... ó Senhor! Ela não sabe o que diz...
Eu peço perdão se algum dia vendi a imagem de “a mulher poderosa”, por que eu amo, sofro, choro, me arrependo, me arrisco, tenho milhões de medos, um deles é o de mim mesma, inclusive, e me faço muito mal com isso.

Por isso esse disco, por isso essas letras, por que eu adoraria ser forte como Deus e o mundo quer, por que eu acredito nessas melodias, na eternidade do som e num próximo trem, numa próxima vida, numa evolução.

Eu não acredito no sucesso instantâneo, eu já tive isso. Pra mim o único sucesso instantâneo que deu certo até hoje foi o Nissim Miojo! Eu acredito na descoberta de novas potencialidades, acredito que a partir da loucura mundana surgem as melhores idéias, acredito na família, no amor acima de tudo, acredito na força do universo, das palavras e é isso que eu tenho a oferecer, meus amores...

A combinação entre melodias e palavras, popularmente conhecida como musica, pode salvar vidas, acreditem!

LUKA

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Rodrigo Santos, ministra palestras para Dependentes Quimicos





Em 02 de agosto de 2005 Rodrigo decidiu se tratar contra o uso de alcool e drogas num centro de tratamento (hospital-dia) chamado Clinica Centro Vida. O sistema de funcionamento da Clinica conta com ajuda de 6 terapeutas e um psiquiatra, alem de enfermeiras, assistente social e oficinas criadas pelos proprios pacientes. A terapia é em grupo, coordenada por uma terapeuta e são 3 reuniões-dia com intervalos de 1 hora entre elas. Não tem internação, o paciente chega meio dia e sai as 21hs , depois de assistir as 3 reuniões, sistema que funciona intensivamente nos 3 primeiros meses de tratamento e depois o paciente vai -  de acordo com a evolução e determinação do tratamento - voltando  ao trabalho e atividades sociais normais, tudo com o maior cuidado e assistencia possivel para a reintegração a uma vida normal, acoplado a algumas reuniões por semana como continuidade do tratamento . A terapia individual é acrescentada depois de 2 meses, 1 vez por semana. Rodrigo se tornou coordenador no proprio Centro VIda, depois de 10 meses de abstinencia e com mudanças que implementou em sua vida , bem focada a partir de então. Ja foram mais de 450 shows limpo , duas viagens internacionais (com os Britos e Barão) e a criação da carreira solo , de 2007 pra ca, com o lançamento de dois cds muito bem aceitos pela critica especializada ( CD Som Livre) . Rodrigo teve um segundo filho nesse meio tempo ( ja esta com 3 anos)  e esta casado ha 12 anos com sua mulher Patricia . Eles tem dois filhos e todos moram juntos, muito bem hoje em dia. Sobre a coordenação na Clinica, Rodrigo coordenou durante 3 anos (ate 2009) as reuniões em que não tinham terapeutas coordenando e ja fez palestras em varias escolas e faculdades do Rio de Janeiro. Como diz ele : " - descobri o tamanho da força de vontade que eu não sabia que tinha, apenas quando parei com tudo e hoje a uso pra não desistir jamais dos sonhos." 





Vinny regrava clássicos do rock em versões "binárias"

Primeiro lançamento do selo Vinny Planet em parceria com a gravadora CD Promo, o álbum "Clássicos da Pista" é o décimo-terceiro disco do cantor e compositor Vinny. Numa incursão pela experiência eletrônica, o artista traz no repertório grandes clássicos do rock nacional, executados de uma maneira original e inusitada.




"É a mistura do tradicional com o sistema binário dos computadores", informa o release do CD, que chega ainda este mês às lojas. Produzido por Vinny e Roberto Lly, o álbum chega às lojas com versões eletrificadas de "Tédio"(Biquini Cavadão), "À sua Maneira" (Capital Inicial), "Adivinha o quê" (Lulu Santos), "Mensagem de Amor" (Paralamas do Sucesso), "Que Vês"(Tihuana) e "Armadilha"(Finis Africae, extinta banda oitentista), entre outras canções. 


Traz ainda três músicas inéditas do Vinny: "Até Aqui", "Você já Sabe" e "Jamaica Groove". Pra fechar, há uma faixa interativa, contendo o videoclipe de "Tédio", dirigido e produzido por Pedro Hora. O clipe é compatível com todas as plataformas de computador.


Baixista do Barão Vermelho, Rodrigo Santos grava segundo disco solo.

Baixista do Barão Vermelho, Rodrigo Santos já fez parceria com Léo Jaime, Kid Abelha e outros nomes da música. Agora, ele lança seu segundo disco solo, "O Diário do Homem Invisível". Na banda de Rodrigo, estão Fernando Magalhães (guitarrista do Barão Vermelho), Kadu Menezes (baterista do Kid Abelha), Jorge Valldão (baixista do Kid Abelha) e Humberto Barros (tecladista do Kid Abelha).
Confira abaixo a entrevista com Rodrigo Santos, onde ele conta sobre a produção, as parcerias, os shows e muito mais!



Mais de duas décadas de carreira, este é o segundo disco solo... Conta um pouco sobre a produção.
Este segundo disco foi até mais rápido do que o primeiro, porque o primeiro eu vim fazendo enquanto o Barão estava na estrada ainda, quando a gente parou, durante um ano, eu fiquei construindo meu repertório. Este, em praticamente um mês eu fiz tudo, com o Humberto Barros, que toca no Kid Abelha também, entre outros, só que eu sou maluco para caramba e no meio do disco mudei cinco músicas, porque fiz as cinco na casa do Humbeto, onde foi gravado o álbum, no estúdio dele, as baterias eu gravei todas na Som Livre, mas o resto foi tudo na casa do Humberto. Foi um disco bem caseiro, mas que soou com coesão porque tem muita participação, o Autoramas, Os Filhos da Judith, Canastra, que foram gravados todos na Som Livre porque a gente precisava de um estúdio maior para poder filmar e tal, colocar aquela faixa interativa que tem no CD, com todo mundo que participou do disco, e o Ney Matogrosso já cantou no estúdio do Frejat, o Cidade Negra foi na casa do Lazão, no estúdio lá do grupo, com bandeiras da Jamaica ao redor.
Foi um disco variado, mas bem direcionado num certo momento. Eu acho que em um mês e meio a gente fez este disco, teve uma parte que eu gravei em Petrópolis, o Coral das Princesas de Petrópolis... Era mais fácil eu ir para lá do que trazer 38 meninas de ônibus, e eu fui, a gente passou a tarde lá e tal. O conceito do trabalho já estava na minha cabeça, a arte da capa, por exemplo, é um desenho meu que eu transformei numa fotografia, onde eu chamo dois integrantes ou um integrante de cada banda que participou do disco: tem os Filhos da Judith na capa, o Bacalhau, baterista do Autoramas, o Edu, do Canastra, que é o baixista, Marília Besser, uma cantora também que eu estou produzindo, eu e minha mulher...
Então é um CD que eu já sabia mais ou menos tudo que eu queria antes de fazer, ele é uma extensão da temporada que eu vinha fazendo tanto no Rio como em São Paulo, chamando muitas participações e transformando cada show quase num espetáculo circense. Lá no Rio eu fiz muito isso, teve um dia com 18 canjas, de um baterista de 7 anos ao Hyldon, por exemplo, da Velha Guarda, passando pelo Canastra, Arnaldo Brandão... Eu variei muito as participações e me deu a ideia de fazer este disco, de uma maneira diferente do meu primeiro. Ele é mais para cima, mais rock'n roll, o primeiro foi mais folk, este não. Este tem baterias eletrônicas, cordas, sopros, tuba, é um disco com outras influências, mais de Beat Boys, de David Bowie...



Eu o construi relativamente rápido. A gente entrou no estúdio, começou a gravar, as vozes eu gravei praticamente todas de primeira, no quarto do Humberto, e quando fui regravar na Som Livre preferi as vozes originais, estavam mais espontâneas, eu estava mais à vontade, sentado na cama, gravando, ninguém me olhando e eu cantando o que queria cantar, e isso não foi nem programado, a gente comparou e escolheu... E é a produção do Humberto com várias participações.

Como foi a escolha dessas participações? Porque tem desde o Hélio Flanders, do Vanguart, até o Ney Matogrosso...
O Hélio foi de uma maneira até diferente. Ele participou do meu show aqui em São Paulo, no Na Mata Café, e a gente cantou cinco músicas juntos. Ele adorava o 'Sono Vem', que é uma música minha que eu tinha no Barão, fizemos Beatles e tal, e aí eu já tinha ido em dois shows do Vanguart. Quando ele saiu do show, me mandou um e-mail dizendo que tinha adorado a participação e que adorou meu trabalho, aí eu mandei para ele, inédita, ninguém tinha escutado ainda, a demo de umas sete músicas, então ele se amarrou, adorou o trabalho e pediu para participar de uma. Fui mandando as músicas e falei 'escolhe uma aí', ele escolheu 'O Homem da Máscara de Ferro', que é a que ele canta, e mandou a voz por e-mail mesmo...
Com os Filhos da Judith foi assim também. Eu queria que tivesse uma sonoridade diferente... Com o Autoramas, eu queria que fosse aquela música mais rock'n roll... Com o Canastra era uma vinheta circense, queria que abrisse o disco, acabou encerrando. Chamei o João Penca e Seus Miquinhos Amestrados para a mesma faixa, que tinha que ter aquele clima de quase bárbaros né, irlandeses batendo caneca num bar, depois de um jogo de futebol, cantando "bom dia, boa tarde, boa noite". Os Filhos da Judith eu mandei por e-mail voz, violão e um vocal meu, eles mandaram 15 minutos depois com melotron, guitarras, baixos e os vocais deles, e eu quase chorei quando eu escutei a música no e-mail, não acreditei que eles tinham feito aquilo tão rápido. Aí eu falei assim, 'olha, essa canção é de vocês', e quando a gente foi para o estúdio, já estava tudo pré-agendado, eu só fiz uma direção geral na hora, a gente filmou e, com o Canastra, pintou uma segunda música, que vai entrar no meu site, que era a música original que eu tinha gravado, depois eles gravaram a vinheta...



Como que está a agenda  de shows agora?
Cara, eu estava fazendo uma média de 12 a 15 shows por mês, muito interior de São Paulo...

Foram 400 shows nestes dois anos e meio...
Até agora, foi mais ou menos isso. Contando participações também, eu fui para a guerrilha mesmo. O "Diário do Homem Invisível", o nome não é à toa. Quem não é o cantor principal da sua banda, e isso acontece com vários de várias bandas, tem muita dificuldade, fora os contatos da amizade, é difícil, porque você descobre que 17 anos numa banda não são suficientes para você, primeiro encher a casa de um contratante que quer te levar para não sei onde, segundo entrar mesmo nos veículos de comunicação, quanto a isso a MTV sempre deu muito espaço e eu sou muito agradecido por isso assim, porque a dificuldade é esta.
Então, os shows foram acontecendo assim. Alguns eu comecei de voz e violão, com uma turnê que eu fiz pelo interior de São Paulo. Ali eu abria de voz e violão a porta e voltava com a minha banda, os shows eram bacanas... Mas era assim, voz e violão às 2h, numa boate para mil pessoas, 1h40 de show, então logo em seguida, uns três meses depois, eu voltava com a minha banda. Fiz isso no Espírito Santo e fiz muito a participação também com bandas locais, o próprio show em Vitória, por exemplo, pela primeira vez eu fui com uma banda chamada Trilha...
Esse negócio de bandas novas, eu comecei também a entrar em contato com todo mundo e foi bem bacana, porque me deu um panorama geral de como estava o mercado, como estavam as pessoas, o que elas estavam fazendo... Acho esta cena nova muito bacana. Essas quatros bandas que eu chamei para o meu disco são completamente diferentes umas das outras: Vanguart, Autoramas, Canastra e Filhos da Judith, e elas tiveram a ver dentro do trabalho, o que foi na verdade amalgamado pelo meu violão e pela minha voz, e você não sente com fragmentos, porque elas pensam talvez da mesma maneira, querem ir para estrada e ralar, não estão acomodadas... Existe uma ligação com a música dos anos 50 e 60, que eu acho que meu trabalho também, de uma certa maneira, revisita isso. Então, a própria participação de bandas locais me deu a possibilidade de poder chegar em outro público, porque até o cara da casa de Colatina, do Espírito Santo, querer me contratar, ele tinha primeiro que me conhecer, porque ele não sabia nem que eu era do Barão.



Continuo fazendo algumas participações, mas eu tenho ido muito mais com a minha banda agora, no mercado de empresas, corporativo, a gente ganhou um mercado legal também, estamos concorrendo com shows grandes... Por um lado parece limitador, mas por outro me motiva a correr atrás. E os 400 shows são também porque eu me disponibilizei a fazer coisas que talvez outros artistas não fizessem, como encarar 12 horas de van até Presidente Prudente, para fazer um show de voz e violão, e fiz... e adorei fazer, em teatros lotados.
Agora, apenas quero levar o show com mais qualidade, levar cenário, eu sinto essa dificuldade. Vou estar também trazendo todas as bandas para cá. Então, eu fretei um ônibus para trazer o Autoramas, para trazer os Filhos da Judith, a Marília, porque eu quero que as pessoas que ouçam o disco tenham pelo menos 80% do que está ali. Que é esta união das bandas que transforma o espetáculo em algo um pouco mais democrático, então, isso foi uma coisa espontânea da minha temporada, que acabou caindo no disco, e agora eu tento levar para alguns lugares da estrada. Em alguns lugares, eu poderia fazer com todos e outros com menos pessoas... No Rio, a maioria é de lá, Ney Matogrosso deve cantar, Cidade Negra... O Canastra queria vir para São Paulo, por exemplo, mas o ônibus tem 18 lugares, com eles, não cabia, e eu não tenho dinheiro para fazer uma empreitada maior do que esta... Eu tenho milhões de ideias, mas não posso realizar por esbarrar nesta questão ainda, mas é assim com o artista que começa do zero, o Barão é o Barão, Rodrigo Santos é outra coisa, assim como será o Fernando, o Frejat, que tem uma certa facilidade por ter sido o cantor durante anos.

Rosana agora é Rosanah Fienngo

Rebatizada de Rosanah Fienngo, cantora voltou à parada com hit em 'Caras e Bocas'.

'Lovin' You', música-tema de Dafne e Gabriel , promoveu as pazes da intérprete com o sucesso. 'A solidão é tão intensa quanto o sucesso', diz.

Rosana será sempre a "Deusa" para os fãs de "O amor e o poder". Mas ela decidiu se rebatizar e agora atende pelo nome de Rosanah Fienngo. Assim mesmo com 'h' no final e dois enes no Fienngo, sobrenome de origem espanhola até então limitado à certidão de nascimento.

E parece que a mudança de nome e sobrenome deu sorte. A cantora emplacou, na trilha sonora de "Caras e Bocas", um hit daqueles que não saiam da cartola desde a época de "Mandala" e "Roda de Fogo". "Lovin' You', sucesso dos anos 70 na voz de Minnie Riperton e gravado por Rosanah num insight, embalou os beijos de Dafne (Flávia Alessandra) e Gabriel (Malvino Salvador).



Animada com o topo das paradas, a cantora está produzindo um novo CD para este semestre, mas arruma tempo para se dedicar ao filho Davy (11), para cuidar do espírito (é evangélica) e do corpo. Aliás, ela continua inteirona aos 41 anos (controversos, pois até no site oficial existem duas datas de nascimento, 1968 e 1962).

EGO - Você teve um sucesso na novela "Caras e Bocas", uma versão de "Lovin' You". Por que decidiu gravar esta música?
Rosanah Fienngo - Canto esta música desde pequena, era fã da Minnie Ripperton. Gravei a música no começo da minha carreira em uma versão em português (feita por Ronaldo Bastos, com arranjos de César Camargo Mariano). Ela estava no meu CD "Coração selvagem" e se chamava "O dom do nosso amor". Gravar "Lovin' You" em inglês foi um insight. Estava em Nova York com uns amigos, e a gente acabou gravando, mas foi uma coisa sem compromisso, entre amigos.

E como essa gravação chegou até a novela?
Rosanah Fienngo - Procurei o Jorge Fernando para colocar uma música nacional na novela, mas já tinha fechado a trilha. Aí lembrei de "Lovin' You", e ele falou: "Manda pra mim já, adoro." Aí ele falou que ia ser tema do casal central da trama, Flávia Alessandra e Malvino Salvador. Fiquei com um pouco de medo do mercado porque era em inglês. As pessoas podiam pensar: "Qual é a dela cantando em inglês?"

Você tem essa música gravada, mas ainda não tem CD pronto. Por quê?
Rosanah Fienngo - Eu estou preparando o CD e o DVD. Essa música deve ficar na mídia, segundo os radialistas, por mais seis meses,m e nesse período eu pretendo lançar o CD. Ainda não tem nome, nem data certa.

Agora você adotou o nome Rosanah Fienngo. Por que decidiu mudar?
Rosanah Fienngo - Decidi porque sonhei três vezes com Rosana escrito com 'h' e fiquei bolada, griladíssima. Sonhei com ele escrito em néon, vi uma criança escrevendo. Mas o problema não era nem sonhar, era sonhar o mesmo sonho várias vezes. Achei que eu estava até com alguma problema, com algum distúrbio neurológico.

E o Fienngo?
Rosanah Fienngo - É o meu sobrenome mesmo, mas é escrito com um "n" só. Eu botei o outro para poder dar a soma de número 14, que é meu número simpático. No CD da novela, acabou saindo meu nome errado, com um "n" só, mas é a 14ª faixa.



Nos anos 90, você deu uma sumida. Por quê?
Rosanah Fienngo - Teve o nascimento do meu filho, mas não foi só isso, não. Tinham coisas que eu não tinha feito que gostaria de fazer. Em 96, acabei fazendo faculdade de Educação Física. Depois fiquei grávida (Davy nasceu em 1998). Ia com barrigão para a faculdade. Mas nunca parei de fazer shows.

Quando seu filho nasceu, o que mudou na sua vida?
Rosanah Fienngo - Muda um monte de coisa. Eu me atirava muito nas coisas antes de ter o Davy, depois passei a ficar mais contida.

Se atirava em quê? Relações? Trabalho?
Rosanah Fienngo - Eu me atirava no trabalho, não media sacrifício. Não me preocupava se iria dar certo ou não. Depois que ele nasceu, comecei a pensar na consequência dos meus atos.

O seu filho foi planejado?
Rosanah Fienngo - Foi planejado por Jesus. Jesus que armou essa pra mim. Aliás, Jesus tem armado cada coisa pra mim ultimamente...

Você virou evangélica?
Rosanah Fienngo - Eu frequento uma Igreja (evangélica) há cinco anos. Fui batizada na Renascer. Gosto muito de entender tudo. Já fui budista, shintoísta... Hoje sou Jesus total porque parte tudo dele. Não adianta você ficar dando volta, você precisa de apoio espiritual.

Você é casada?
Rosanah Fienngo - Já fui sim, duas vezes. Uma delas com o pai do Davy. Mas agora não estou com ninguém, estou casada com a minha música. Vivendo 24 horas para a minha carreira.

A internet te ajudou no retorno que você fez no ano 2000?
Rosanah Fienngo - Muito, ela renovou o público. Faço show para uma galerinha mais nova. A internet renova sua vida, o pessoal pode ver meus clipes, minhas músicas. Então tudo passa a ser de hoje, passa a ser atual.

Vi você recentemente em um programa de auditório com um corpão, estava até com a barriga de fora. O que faz pra manter a forma?
Rosanah Fienngo - Faço um monte de coisa, musculação, nado bastante... E nisso também o Davy é companheiro. Ele fazendo abdominal é a coisa mais hilária. Não gosto muito de dieta, mas procuro comer muita coisa saudável. Sou meio natureba mesmo, não como carne vermelha.

Você já teve ajuda de alguma cirurgia plástica pra ficar em forma?
Rosanah Fienngo - Já fiz lipoaspiração, lipo é uma boa aliada.

E no rosto?
Rosanah Fienngo - Já fiz algumas coisas, sim. Fiz endermologia facial (técnica que associa a drenagem linfática e massagem por ultrasom), fiz pieling profundo. Botox nunca fiz.

Quantos anos você tem?
Rosanah Fienngo - 41.

Nossa, que novinha. Você estourou cedo então ("Nem um toque", o primeiro grande sucesso é de 1986)?
Rosanah Fienngo - Sim, com uns 18 anos. Tanto é que eu deixei de fazer muita coisa por causa da carreira.

Você deu uma pirada por fazer tanto sucesso tão novinha?
Rosanah Fienngo - Eu pirei. Eu não tinha tempo de curtir o sucesso, e isso me deixou agoniada. Um trabalho puxa o outro. Aí você para e pensa: "O que eu curti disso?". Aí dá um branco danado. Sozinha no quarto, dá solidão. A solidão é tão intensa quanto o sucesso.


E o Davy te ajuda nisso?
Rosanah Fienngo - Quando ele nasceu, neutralizou todo tipo de carência que eu tinha. Eu tinha muita carência.

Renata Sakai Do EGO, em São Paulo
Matéria do dia 09/01/2010





Como uma deusa

Nosso repórter excepcional convida o roqueiro Serguei, já quase seu assistente oficial, para uma tarde de karaoke com a diva Rosana, em plena Feira de São Cristóvão, no Rio. Na pauta, os segredos dos corpos em eterna transformação de dois sobreviventes do pop-rock nacional.



Imagens de diversas deusas entrelaçavam meus pensamentos. Estou em um quarto de hotel numa tarde calorenta em Copacabana. O telefone toca. Saio do transe. Uma voz diz: “Querido, estou aqui”. Estava conectado. Uma força estranha me desloca. Chego à calçada e não vejo nada, quando, de um pequeno veículo, a voz reaparece: “Venha comigo, Arthur”. Estou lado a lado com a essência de Lakshmi, Parvati, Isis, Iansã e Gaia. Cruzando o Rio rumo à Feira de São Cristóvão, como convidado da Deusa. Nossa conversa era deliciosa. Aquecimento global, beleza, 2012, simulacros políticos, néctares, música e Lilith. Rosana “Como uma Deusa” Fiengo, sorry, Rosana pilota o bólido com destreza.

Sua nobreza é incontestável. Iniciou com 13 anos como cantora na banda Casanova’s. Seu pai, Aldo Fiengo, era líder do Combo, que tocava o mais cascudo rock’n’blues no Brás, em São Paulo. Pergunto sobre o seu retorno, mas a música na rádio interrompe. “Loving you” surge como prova incontestável do revival da Fênix. Número 1 nas FMs do Rio, a música de Minnie Riperton na voz de Rosana é tema da novela global Caras & Bocas.

Com muita cautela pergunto à Deusa sobre o enigma de sua idade. Imagine um simples mortal questionar a longevidade dos deuses... a voz reverbera: “Parei de falar sobre minha idade. Canseeeei! Alguns dizem que tenho 30. Outros malucos, 60. Então tenho a idade que você quiser”.

“O artista merece respeito, e sua arte é a mais pura magia.” Seu rosto me intriga, tento decifrá-lo. Sou fulminado por um olhar que, por pouco, pouco mesmo, não derrete minha consciência. Pergunto à Deusa como é seu dia a dia no Olimpo. Ela solta uma gargalhada e faz troça com este humilde vassalo: “Querido, adoro nadar e fazer musculação. No mínimo três vezes por semana. Sem o corpo não somos nada. A mesma máquina que você ferra hoje, irá precisar amanhã. Não cuidar do corpo é desrespeitar o que Deus te deu”. Ela capta meus pensamentos e emenda: “Danadinho, sei o que você quer”. Não há como enganar uma Deusa. “Quer saber qual a parte de que mais gosto do meu corpo? Minha cintura é divina. Minhas medidas são: 98 de busto, 63 de cintura, 102 de quadril, calço 36 e, ahhhhhhh, uso sutiã meia taça. Tá bom assim?” Sim, Deusa.

Magia negra, sedução
Ela pergunta por que vamos à Feira de São Cristóvão. Não disfarça, Deusa, você sabe. Vamos a um karaoke, com Serguei. “Arthur, Serguei é mito, um ícone. Uma pessoa com um legado maravilhoso. Extrovertido, feliz.” Procuro a calle Paraíba, entre as alamedas da feira. Rosana está animadíssima.

Serguei está espevitado, sacode a juba e nos abraça com fervor. Sou fã de carteirinha desse pansexual. Reverencia a Deusa e declama: “Rosana, você é espetacular. Sua voz é belíssima. Outro dia te escutei cantando ‘Summertime’. Fiquei de cara!”.
Arthur cola rostinho com a Deusa



O karaoke de São Cristóvão é cheio de bossa. A cabine do DJ é recheada de bonecos Falcon. É a primeira vez de Serguei e Rosana juntos. Aquecemos com “Born to be Wild”. Os trinados ecoam pela feira. Serguei dá um parafuso no ar e engata “Dazed Confused”, do Led Zeppelin. Uma série de outras músicas imortais deságua pelas vozes das duas eminências. O karaoke é invadido por uma pequena multidão de devotos, e a plateia vai abaixo com “O amor e o poder”: “Como uma Deusa, você me mantém/ E as coisas que você me diz, me levam além/ Aqui nesse lugar não há rainha ou rei/ Há uma mulher e um homem, trocando sonhos, fora da lei”.

Rosana precisa partir. A saideira é “Move Over”, Janis Joplin. Serguei serpenteia, cai, levanta e se joga. Abraça Rosana com o mesmo carinho que enlaça seu amado jatobá em Saquarema. Acompanho a Deusa até o estacionamento e beijo sua bochecha na despedida. A música na sombra, o ritmo no ar, um animal que ronda, no véu do luar. Eu saio dos seus olhos. Eu rolo pelo chão. Feito um amor que queima, magia negra, sedução.

Matéria da Revista TRIP - Edição 184

10.12.2009 - Texto por Arthur Veríssimo Fotos Daniela Dacorso